Quem quer ver o Spider perder?

Anderson

Anderson

Não tem como ser diferente, e o UFC 162 é mais ou menos assim: Anderson Silva vencer Chris Weidman é obrigação. Chris Weidman vencer Anderson Silva é história.

Desde 2006, a categoria dos médios do UFC traz o Spider no topo e os outros contenders correndo atrás alguns (muitos?) degraus abaixo. O desenho torna a divisão a mais previsível e faz com que a organização tente de todas as formas colocar o próximo adversário do Spider como ‘o cara ideal que vai acabar com o mito’.

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Anderson Silva viveu o auge instantâneo ao chegar no Ultimate, há sete anos, com vitórias fáceis sobre os atletas mais dominantes da época, como Rich Franklin e cia. Com o título em posse, passou por fase nebulosa quando perdeu a medida da ironia e teve perfomances confusas, dispersas e provocativas demais contra Thales Leites e Demian Maia, por exemplo. Mas voltou aos holofotes com propriedade após a ‘saga Chael Sonnen’ e o chute frontal antológico no queixo que nocauteou Vitor Belfort.

Porque há então tantas vertentes pró-Weidman e anti-Anderson expostas entre lutadores, fãs e (pesudo) especialistas. De forma construtiva, talvez as pessoas estejam cansadas da mesmice e querem sangue novo na divisão mais estagnada dos últimos tempos.

Hegemonia é palavra complexa e sempre gera desconfortos, pela própria natureza.

Se avaliarmos o conjunto da obra e descartarmos o imponderável que sempre tem de ser levado em conta quando falamos de luta, qualquer um com mínimo conhecimento sabe que Chris Weidman – teoricamente – não configura um oponente que pode oferecer perigo real ao estilo oportunista e peculiar de Anderson.

O Ultimate insiste em vender o combate como ‘o mais importante da carreira do Spider’ e, indiretamente adota uma postura mercadológica contra o campeão. E não seria diferente com qualquer outro oponente. Faz parte de toda divulgação colocar em xeque as habilidades dos que estão no topo. Negócios são negócios.

Quando finalmente Anderson se aposentar, a categoria dos médios será semelhante à dos meio-pesados antes da atual ‘Era Jon Jones’: um tipo de roleta russa, na qual qualquer um pode estar com o cinturão da noite para o dia. Se houver lutadores carismáticos o suficiente, os médios se manterão  na ativa com propriedade e boa reciclagem. Caso contrário, muita gente que hoje torce o nariz, logo vai sentir falta daquele astro brasileiro que tanto fez campanha contra.

4 pensamentos sobre “Quem quer ver o Spider perder?

  1. Olá, Fernando! É bom saber que resolveu manter o blog, mesmo em outra hospedagem. Em termos de MMA, esse para mim é o melhor blog da Internet.

    Com relação ao Spider, não torço contra, porque ele é um dos maiores da história e é brasileiro. Mas também não torço a favor. Acho que em várias ocasiões ele incorpora um personagem fora dos octógonos e essas novelas para escolher adversários me incomodam bastante.

    De qualquer forma, jamais perco uma luta dele. É espetáculo na certa.

    • Oi, Francisco, muito obrigado por prestigiar o Casca-Grossa. Espero manter o blog por muito tempo ainda, vamos ver o que vem pela frente.

      O Anderson é a principal figura do MMA na atualidade, sem dúvida. E isso sempre gera controvérsias e assunto (ainda mais pro blog, ainda bem!). O texto diz isso mesmo que você falou: mesmo quem não curte, não deixa de admirar as habilidades de alguma forma.

      Obrigado pela força. Abração.
      Fernando

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